A Etec Aristóteles Ferreira, uma das unidades do Centro Estadual de Educação Tecnológica Paula Souza (CEETEPS), iniciou suas atividades em 1969.

Mas a sua história começa bem antes, uma vez que se originou em decorrência da ampliação do prédio da EE Dona Escolástica Rosa. Idealizado por João Octávio dos Santos, o Instituto Dona Escolástica Rosa foi inaugurado em 1º de janeiro de O objetivo dessa instituição era abrigar meninos pobres, preferencialmente órfãos da cidade de Santos e garantir a eles educação geral e uma profissão.

João Octávio dos Santos era filho bastardo de uma ex-escrava do Conselheiro João Octávio Nébias, que o batizou e o apoiou nas primeiras letras e nos negócios.

Inteligente, e de grande visão para o comércio, o jovem mulato acabou por acumular uma grande fortuna. No fim de sua vida, solteiro e sem herdeiros diretos, dividiu os seus bens entre a Santa Casa de Misericórdia de Santos e o Instituto Dona Escolástica Rosa, que seria construído de acordo com os seus desejos deixados em testamento e cujo nome homenagearia sua mãe.

A Santa Casa de Misericórdia manteve o Instituto Escolástica Rosa durante vinte e cinco anos, ou seja, até fins de 1933. A partir dessa data, sob a alegação de que não estava mais conseguindo mantê-lo, firmou um convênio por um período de cinquenta anos com o Governo do Estado (Decreto Estadual n° 6.222 – 18/12/1933), que passou a ser responsável pelo ensino da recém-instalada Escola Profissional Mista “Dona Escolástica Rosa”. Para essa transferência influenciou, provavelmente, a crise de 1930, pois a Irmandade vivia momentos difíceis, afetados em suas finanças pela perda da subvenção especial, advinda do imposto alfandegário e que o Governo de 30 cortara por medida de economia.

A partir de 1934, sob a responsabilidade do Governo do Estado, a escola sofreu mudanças, tanto físicas como estruturais. A sua meta era formar o trabalhador para atender as demandas sociais, ou seja, preparar e treinar o operário nos princípios “tayloristas” da produção. A cidade de Santos continuava, certamente, pulsando em torno do porto, mas também uma infinidade de empresas, órgãos de classe e instituições surgiam em decorrência das atividades portuárias. A clientela do Instituto foi ampliada: além dos internos, foram admitidos alunos externos de toda a região, inclusive mulheres.

A partir da década de 50, com a conclusão da Via Anchieta e a implantação de um Polo Petroquímico e um Parque Siderúrgico em Cubatão, a Baixada Santista passou por grandes transformações econômicas, demandando outros tipos de formação profissional específica. Nesse contexto foram iniciadas as obras de ampliação do antigo Instituto, com a construção de 7000 metros quadrados de área, durante o governo de Carvalho Pinto. O prédio, no entanto, ficou paralisado por cinco anos, sendo retomado em 1967 pelo governador Abreu Sodré e concluído em 1969. As novas dependências da escola incluíam salas de aula, laboratórios, oficinas, anfiteatro, refeitório e todo um bloco reservado à administração.

A inauguração desse espaço ocorreu em 28 de novembro de 1969 e nele se instalou o Colégio Técnico Industrial “João Octávio dos Santos”. Em 1976, com o Projeto de Redistribuição da Rede Física, incorporou-se à EESG “Dona Escolástica Rosa”, formando uma única unidade e seu patronímico foi remanejado para outra escola estadual do município de Santos. Em 1978, por força do Decreto 11.181, desmembrou-se da EESG “Dona Escolástica Rosa”, passando a funcionar como unidade autônoma – a EESG do Bairro Aparecida.

Dois anos depois, com o Decreto 14.693, de 22/01/1980, passou a ser chamada EESG “Aristóteles Ferreira”, em homenagem a um vereador e ex-presidente da Câmara Municipal de Santos.

Quanto à edificação, o governo do Estado ganhou a sua posse definitiva em 1984, após uma ação judicial contra a Santa Casa, em razão de dívidas contraídas junto ao mesmo. Já o prédio da EE “Dona Escolástica Rosa” pertence ainda à Santa Casa de Santos e é locado pelo Governo do Estado. O internato do velho Instituto foi desativado no início da década de oitenta, sendo hoje o lugar ocupado pela Faculdade de Tecnologia (FATEC) da Baixada Santista.

A partir de 1991, pelo Decreto n° 34.032/91, a Escola “Aristóteles Ferreira” foi transferida da Secretaria da Educação para a Secretaria de Ciência, Tecnologia e Desenvolvimento Econômico e em 1994 tornou-se uma das unidades do Centro Estadual de Educação Tecnológica Paula Souza – CEETEPS, que possui um conjunto de duzentos e dezoito escolas técnicas (Etecs) espalhadas por oitenta e um municípios paulistas e várias faculdades de Tecnologia (FATECs).

A ETEC Aristóteles Ferreira conta atualmente com mais de mil e quatrocentos alunos e oferece cursos de Eletrônica, Eletrotécnica, Mecânica, Edificações, Agenciamento de Viagem, Informática, Informática para Internet, Programação de Jogos Digitais,  Desenho de Construção Civil e Eventos, além do Ensino Técnico Integrado ao Médio com Desenvolvimento de Sistemas, Informática para Internet, Eletrônica, Eletrotécnica, Automação Industrial, Programação de Jogos Digitais e Edificações, reconhecido na região como um dos melhores na esfera pública. Este ano lança um novo desafio, um curso de Ensino Médio Integrado com Técnico articulado com o Ensino Superior, ou seja, o aluno que optar e conquistar vaga neste curso poderá cursar em 5 anos, Ensino Médio, Técnico e Graduação na FATEC, sem vestibular.